domingo, 24 de junho de 2012

Incidental de festa de rua














Acho mesmo engraçado essa cambada
Que dá tanto valor à aparência
Buscam tanto esbanjar com opulência
Que nem notam que isso não diz nada
Qual pavões, cada um de cauda armada
Se afirmam nas marcas frente à massa
Mas que tolos pomposos e sem graça
Sou bem mais a camisa se rasgando
Do pinguço qu'está ali dançando
Agarrado ao seu litro de cachaça!

Timbaúba, 24/06/2012.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Coração cheio dos tei-tei













Esse meu coração abestalhado
Esse meu coração “chêi” dos tei-tei
Quando não diz que não, diz: eu não sei
Ou então só me diz: tá complicado...
Mas também eu entendo esse coitado
Tão pisado que foi, ficou com medo
E agora s’esconde d’outro enredo
De paixão raceada com amor
Mas um dia ele esquece dessa dor
Por enquanto, de fato, ainda é cedo.

João Pessoa, 07/06/2012.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Se você quiser por fogo









Coração, ainda acho
Que nós dois daremos certo
Que nós dois ficando perto
Inda tem amor no tacho
Deixe o medo, esse capacho,
Se lascar noutro terreiro
Vem pro ato derradeiro
Que se não prestar o jogo
Se você quiser por fogo
Eu mesmo acendo o isqueiro!

Deixe de ser orgulhosa
Não se arrede tanto assim
Pois se tu foges de mim
Não é de tão furiosa
É porque teu peito goza
Cheio de amor faceiro
Grude em mim, grude em meu cheiro
Que se nosso amor der gogo
Se você quiser por fogo
Eu mesmo acendo o isqueiro!

João Pessoa, 05/06/2012.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Vem ser, mais eu, você











“Entre o vermelho e o verde: cinzas, brancos, rosas, pérolas e lilás”.  Essa frase do Poeta Zeto outro dia deu-lhe um murro na minha fuça que não foi brincadeira não. Entre o vermelho e o verde? Entre o pare e o siga... quantas possibilidades existem entre o certo e o errado? Cinza, brancos, rosas, pérolas, lilases, a mulesta toda! 

De fato, quando o semáforo da vida dá uma doida daquelas bem dada, pra que nos serve o vermelho e o verde? O Poeta Carlos Pena Filho, por exemplo, ao invés de vermelho ou verde, só se preocupava mais com Azul no mundo, como no seu “então pintei de azul os meus sapatos por não poder de azul pintar as ruas”. Ora, pra que, semaforaticamente, então, se ater ao vermelho ou ao verde? Ao parar ou seguir...

O Poeta Junior do Bode já dizia: “Cuia de Poeta cego tem verso de toda cor” e, Senhores, se além de Poeta eu mal-costumo me cegar de sentimentos... Dêem-me licença: que venham azuis, cinzas, brancos, amarelos, pérolas, marrons e todas as cores possíveis. Faz tempo que entreguei um pincel banguela e uns potinhos de tinta pro meu coração, e esse infeliz “Todo dia muda a cor do quadro da minha vida”. 

Um angustia cinza, uma saudade acastanhada, uma paixão vermelha, um luto preto, uma esperança verde, um sorriso amarelo, um amor azul, um brilho no olhar branco... que seja! Que “todo dia mude a cor do quadro da minha vida”.

Mas ainda entre o vermelho e o verde, mais uma vez, meu muito obrigado à Bruna Alves por ter colorido com sua voz acavaladamente bonita esses meus versos incolores.














Deixa clarear meu coração nublado...
Deixa que o amor entre por outro lado
O que há de errado
Em sonhar em ser feliz?

Quero teu sorriso me sorrindo inteira
Quero a minha a mais, bem mais que verdadeira
Ser tua primeira
E derradeira diretriz

O céu abriu pra esquentar meu peito
Vem ser, mais eu... nós dois de todo jeito
Vem me amar, vem me beijar, me endoidecer
Vem ser, mais eu, você!